Dos estudos à obra, contenção em Atafona precisa de no mínimo 4 anos
O geógrafo marinho Eduardo Bulhões, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), acredita que uma intervenção para conter o avanço do mar em Atafona levaria no mínimo quatro anos (confira a entrevista completa ao fim do post). Isso no melhor dos cenários, sem entraves entre a realização dos estudos de viabilidade técnica e a conclusão da obra. Em entrevista ao Manchete Podcast dessa segunda-feira (19), Bulhões avaliou positivamente as recentes agendas em Brasília — nos ministérios de Integração e do Desenvolvimento Regional (aqui) e do Meio Ambiente (aqui). Na análise do geógrafo, no melhor dos cenários, o estudo de viabilidade técnica, se houver a liberação do recurso, ficaria pronto no próximo ano e a conclusão da obra, levaria até quatro anos.
— Depende um pouco de quando o estudo (de viabilidade) sair, demora um ano. O estudo ambiental mais um ano. E a obra, talvez, a execução, a depender do tipo de obra, eu diria aí quatro anos — disse Eduardo.
O professor também ressaltou que a responsabilidade de orla é tripartite – da União, estados e municípios. Na visão de Bulhões, “sempre faltou em SJB um determinado alinhamento entre o poder federal, estadual e municipal”. Agora, também segundo ele, há um alinhamento, aumentando a perspectiva de que algum projeto possa avançar. No entanto, ele salientou que não existe uma solução definitiva. “A solução definitiva é a gente ter um plano para conviver e gerenciar o problema da erosão costeira. Qualquer tipo de obra vai precisar de monitoramento, ajustes, manutenção, seja mais cedo ou mais tarde”, avisou.
O geógrafo marinho também falou sobre a erosão da costa em Campos. E demonstrou certa preocupação em relação ao projeto do terminal pesqueiro do Farol e Barra do Furado. Ele lembra que desde os espigões do Canal das Flechas já há um impacto no território de Campos, enquanto a praia cresce pelo lado de Quissamã. “Esse projeto (do terminal pesqueiro, com possíveis mudanças/acréscimos nos espigões), se não for conduzido da forma mais inteligente, pode agravar o problema da erosão costeira do lado de Campos, que, de fato, não aparece muito na mídia, porque não tem casa caindo. (…) Em alguns lugares do litoral de Campos, a taxa de erosão é semelhante à de Atafona”.
Confira a entrevista completa:
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