Com mais de mil votos e 10º no geral, candidato fica longe das 13 vagas da Câmara de SJB
Se a eleição para vereador (que é proporcional) fosse igual a de prefeito (majoritária), na qual o mais votado vence, a configuração de todas as câmaras municipais no país, certamente, seria diferente. Em São João da Barra, a sentença é mais que verdadeira. O blog encerra nesta terça-feira (15) as análises dos números da corrida ao Legislativo evidenciando, sobretudo, a situação do candidato Hygor Barcellos (Novo). Estreante nas urnas, mostrou força nas eleições de 6 de outubro, ao passar da barreira dos mil votos. No entanto, a escolha partidária, que pode ter sido fundamental para ter espaço na disputa, acabou sendo um impedimento para a vitória.
Enquanto Hygor, sozinho, alcançou 1.099 votos, os outros 12 nomes que disputaram para vereador no Novo, somados, fizeram apenas 590. Essa é uma das explicações para o partido não ter alcançado a vaga, a diferença de Hygor para o segundo colocado do seu partido foi de 940 votos. Um desequilíbrio gigantesco na nominata, fruto, talvez, da inexperiência na política partidária do único grupo que teve a coragem de lançar uma chapa 100% de oposição, do Legislativo ao Executivo.
Além disso, o desempenho do voto de legenda também foi baixo. Quando um partido tem candidato a prefeito — e, neste caso, teve Danilo Barreto —, a expectativa é que a legenda receba votos, ainda mais em um cenário polarizado. Isso leva em conta a indecisão do eleitor dentre os nomes que apoiam a esse prefeitável e até mesmo com o erro, já que muita gente ainda confirma o primeiro voto, que seria para vereador, apenas com os dois dígitos para prefeito. A legenda do Novo, contudo, recebeu só 91 votos (para comparação, o União Brasil de Carla Caputi fez 409).
Para o cálculo que vale, na hora da divisão das cadeiras o Novo recebeu 1.780 votos. O blog já mostrou que para alcançar uma cadeira pelo quociente partidário foram necessários 2.594 votos. Então, seriam necessários mais 814 votos para a garantia da cadeira. Em uma espécie de segunda chance, a cadeira poderia ser conquistada na média, se o partido alcançasse 2.075 votos. Neste caso, o Novo precisaria de mais 295.
Não há motivos para tirar o mérito de Hygor nas urnas. Foi uma expressiva votação, impulsionada pela sua atuação como líder sindical na presidência do Sindicato dos Trabalhadores Portuários de São João da Barra, sem falar na experiência de quem já atuou como cabo eleitoral no município. Só que também é fato: no fim, mesmo com seus 1.099 votos, ele terminou mais longe da cadeira do que a primeira colocada do PSD, Sharlene Barbosa, que teve 434. Ela precisava (entenda aqui) de mais 85 votos nominais, Hygor (junto com o Novo), de 295.
Nenhuma reflexão agora vai mudar a história, o resultado das urnas está consolidado. O que fica, certamente, são lições para o próximo pleito. A conferir.
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