SOS Atafona chega ao Palácio do Planalto em busca de apoio para conter o avanço do mar

ByArnaldo Neto

Publishedagosto 13, 2025

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida Humana SOS Atafona deu mais um passo na luta por apoio para contenção do avanço do mar no litoral de São João da Barra. Nessa terça-feira, 12, a diretora de Relações Institucionais do SOS Atafona, Camila Hissa, foi ao Palácio do Planalto, em Brasília, para uma reunião com André Ceciliano, Secretário Especial de Assuntos Parlamentares do Governo Federal.

— Conversamos com o André Ceciliano sobre o problema, que ele, como ex-presidente da Alerj, já conhece. Ele ficou impressionado pelo fato de ainda não termos um estudo técnico para apresentarmos na busca por uma solução. Após a sua orientação, passamos (nesta quarta, 13) pelo Ministério da Integração Nacional e Ministério das Cidades. Ainda conversei com alguns deputados e vamos voltar a Brasília até conseguirmos algo de concreto para nossa luta por Atafona — contou Camila.

Recentemente, o SOS Atafona conseguiu levar ao conhecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com relatório fotográfico, a situação de Atafona. Segundo a associação, o documento foi encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente para análise. Na segunda visita de Lula ao Norte Fluminense neste ano, no Porto do Açu, a prefeita Carla Caputi (União) disse que também tratou do assunto com o presidente.

O avanço do mar em Atafona já destruiu pelo menos 14 quarteirões, atingindo mais de 500 construções, entre casas de moradores e veranistas, comércios e uma capela. Mais que isso, leva, sem chance de devolução, parte da história de muita gente. Jornais relatam desde os anos 1950 (aqui) o processo de erosão na praia de Atafona. E, ainda naquela época, já cobravam algum tipo de intervenção.

Exemplos não faltam de obras que conseguiram, ao menos, atenuar os impactos do avanço do mar. As águas já estiveram praticamente na porta do famosa Copacabana Palace, cenário bem diferente do que há muitos anos é a praia mais conhecida do mundo. No Espírito Santo, intervenções foram feitas de Marataízes a Conceição da Barra. Recentemente, por questões turísticas, Balneário Camboriú (SC) ampliou sua faixa de areia praia, entre tantos outros exemplos.

Enquanto nada de concreto avança, resta ao SOS Atafona a busca por apoio. A Prefeitura de São João da Barra chegou a lançar neste ano, em fevereiro, um edital para contratação de uma empresa especializada na realização de um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental com foco na contenção da erosão costeira. Porém, a concorrência foi suspensa e a Prefeitura relatou ao SOS que a medida foi devido a contestações legais. Havia a promessa de um novo edital em junho ou julho, mas até agora nada foi publicado.

Vale lembrar que, além de Atafona, a praia do Açu, no 5º distrito de São João da Barra, também vem sofrendo com as consequências do avanço do mar. E possíveis medidas de contenção também seriam alvo do estudo técnico a ser licitado pela Prefeitura.