Avanço do mar em Atafona será debatido com ministro em Brasília
A possibilidade da adoção de alguma medida para mitigar os efeitos do avanço do mar em Atafona será debatida em Brasília nesta quarta-feira (17), às 14h. A agenda com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi articulada pelo deputado federal Murillo Gouvêa (União). A prefeita Carla Caputi (sem partido) e os nove vereadores do munícipio vão participar do encontro, além de técnicos que estudam o fenômeno. A cobrança por alguma medida no litoral de São João da Barra é recorrente e volta a ganhar força após intervenções exitosas no município de Balneário Camboriú (SC) e na praia de Meaípe, em Guarapari (ES).
A prefeita Carla Caputi estará acompanhada, ainda, da secretaria de Meio Ambiente de SJB, Marcela Toledo. Antes de seguir para Brasília, ela já está no Rio de Janeiro e tem entre as pautas questões relacionadas ao litoral do município. “A gente está buscando atualizar os estudos que já existem sobre essa questão do avanço do mar em Atafona. Alguns já têm quase 10 anos e de lá para cá surgiram novas tecnologias, houve mudanças também no Pontal, então precisamos dessas atualizações”, contou Caputi.
Também participarão da reunião no Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, em Brasília, o geógrafo marinho Eduardo Bulhões, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), e João Siqueira, secretário do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana. Bulhões, que é autor de um projeto de contenção do avanço do mar em Atafona, explicou que o Ministério Público Federal recomendou “a execução do Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) junto à UFF, que tem expertise para tal”. João vai tratar dos problemas causados pelos períodos de cheias e secas dos rios Muriaé, Pomba e Paraíba do Sul, afetando cerca de 20 municípios do Norte e Noroeste Fluminense.
Ainda sobre a questão do avanço do mar, Eduardo Bulhões explicou que o EVTEA “é o estudo que compara as alternativas de intervenção a partir de uma mesma matriz que considera aspectos técnicos, econômicos e ambientais para apontar a alternativa mais ajustada”.
Erosão ocorre há mais de cinco décadas
No mês passado, Murillo Gouvêa visitou a praia de Atafona durante a festa de Nossa Senhora da Penha. Ele pôde ver de perto uma parte as consequências do avanço do mar. O único deputado federal da região recebeu cobranças para que pudesse articular alguma ação por meio do governo federal.
Há mais de 50 anos a erosão costeira vem redesenhando a paisagem de Atafona. São cerca de três metros a menos de faixa de areia a cada ano. Desde a década de 1960, mais de 15 ruas e 500 casas foram engolidas pelo mar. O assunto é recorrente no noticiário, inclusive internacional. Projetos mais consistentes de uma possível contenção, ou mitigação dos estragos, estão em debate desde 2013 — no entanto, até o momento, nada saiu do papel.
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