Wladimir, Frederico Paes e Bruno Dauaire pregam a pacificação política em Campos
Há clima para pacificação política em Campos? O termo foi utilizado para nomear o período de trégua entre os grupos políticos hoje liderados pelo prefeito Wladimir Garotinho (PP) e pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União). Inegavelmente, deu frutos para a cidade, com investimentos do Governo do Estado. Eleitoralmente, parece ter sido mais vantajoso para Wladimir: naturalmente, como prefeito no cargo, capitalizou para ele frutos desses investimentos e ainda conseguiu ampliar o seu grupo , tirando nomes que estavam com os Bacellar. Com a proximidade do último pleito, a pacificação teve fim. Agora, alguns personagens importantes voltam a levantar essa bandeira. Em três recentes entrevistas, Bruno Dauaire (União), Frederico Paes (MDB) e Wladimir Garotinho (PP) falaram sobre o assunto.
Secretário estadual de Habitação, o deputado estadual licenciado é considerado o único elo entre Wladimir e Bacellar. Aliado de primeira hora do prefeito, Bruno também mantém bom relacionamento com Rodrigo. Em entrevista ao Manchete Podcast (aqui) da última quinta-feira (24), ele pontuou que tem fé na construção desse acordo. “Converso com Rodrigo, converso com Wladimir e eu tenho fé no futuro, para que a gente possa chegar aí, de novo, a um momento de parceria. Campos só ganhou quando Rodrigo Bacellar, deputado Bruno Dauaire e Wladimir Garotinho estiveram juntos buscando investimentos para a cidade junto ao governo Cláudio Castro”, afirmou Bruno.
Também no Manchete Podcast (aqui), nessa segunda-feira (28), o vice-prefeito falou sobre a necessidade de um acordo para o bem da população. “A melhor maneira de servir é ter uma harmonia entre os grupos… Parece que algumas pessoas que rodeiam os grupos políticos ganham com a discórdia, ganham com a divergência. A maturidade política faz com que você bloqueie isso. Divergências de ideias, isso é salutar que tenha, mas não pode deixar se alimentar por fofocas. Resumindo, se a palavra não é pacificação, vamos mudar para harmonização, para o bem-estar do povo de Campos”, pontuou.
Ainda na segunda, em entrevista ao Folha no Ar, Wladimir afirmou: “Eu pretendo novamente pacificar a cidade. Foi isso que eu fiz quando venci a primeira vez, é isso que eu farei agora, reeleito. Não adianta manter o palanque o tempo todo. A eleição acabou, nós tivemos uma vitória linda, contundente, maiúscula”. Na mesma entrevista, criticou o desempenho dos Bacellar nas urnas do município nos últimos pleitos. No entanto, ressaltou que o presidente da Câmara, Marquinho Bacellar (União), teve uma votação expressiva, em relação a outros presidentes da Casa quando tentaram a reeleição. E destacou o poder de articulação política do presidente da Alerj. Em outro ponto da conversa, fez um pedido ao conterrâneo para liberação de recurso do fundo soberano para investimentos a cidade.
Impactos de Campos ao tabuleiro do RJ
Vale destacar que para a pacificação prosperar, é necessário o acordo de todos os lados. E 2026 é logo ali. Rodrigo é cotado para disputa a sucessão ao Governo do Estado, embora, pessoalmente, nunca tenha externado isso — aliás, até negou. Já Wladimir começa a ser cotado para a disputa ao Senado, que contará com duas cadeiras no ano que vem.
No caso do Senado, uma cadeira é praticamente certa que seja de Flávio Bolsonaro (PL), que buscará a reeleição. A disputa pela outra, atualmente ocupada por Carlos Portinho (PL), se mostra com mais chance de estar em aberto. União e PP, ao que tudo indica, caminham bem alinhados no âmbito estadual. Então, Wladimir e Rodrigo podem acabar sendo peças importantes em um complexo tabuleiro no próximo pleito geral. Os movimentos na planície devem refletir no cenário estadual. A conferir.