Atafona volta a ser cenário de filme, que será gravado em maio

Atafona volta a ser cenário de filme, que será gravado em maio
  • Publishedmarço 18, 2025

A praia de Atafona, com destaque para o seu processo de erosão costeira, vai voltar a ser cenário de filme. As gravações de “Borda do Mundo”, um longa de ficção, estão previstas para o mês de maio, mas podem ser iniciadas um pouco antes, no fim de abril. A pré-produção no Rio de Janeiro está a todo vapor para tirar do papel o projeto, com direção de Jô Serfaty, que também assina o roteiro junto com Guilherme Zanella.

O drama tem como fio condutor a história de Jacy, uma vendedora de peixes, que mora com sua neta Teresa, em Atafona, um vilarejo costeiro na região norte do Rio de Janeiro que está sendo lentamente engolido pelo mar. Com a chegada de uma antiga veranista, desejos e memórias soterradas acabam por vir à tona.

A obra vai contar com a participação de figurantes e elenco local. Um teaser chegou a ser gravado com artistas regionais do “Coletivo Erosão”, mas o elenco principal está se preparando para as gravações na capital fluminense.

Da gravação ao lançamento, o período previsto é de um ano. A obra é tem como companhia produtora a Arissas, com coprodução da Vitrine Filmes e da francesa Misia Films, além do codesenvolvimento da Globo Filmes.

Homenagem a “Na Boca do Mundo”?

Em 1978, Atafona foi cenário para o filme “Na Boca do Mundo” (veja aqui, no YouTube), dirigido e produzido por Antônio Pitanga. No elenco, além do próprio Pitanga, nomes como Norma Bengell, Milton Gonçalves, Sibele Rúbia, Maurício Gonçalves, Thelma Reston. Filmado no antigo Pontal e na Ilha da Convivência, registra imagens da capelinha de Nossa Senhora dos Navegantes, posto de gasolina, bares, além de muitas residências que foram levadas pelo mar.

No filme dos anos 1970, “Antônio (Antônio Pitanga) ama Terezinha (Sibele Rúbia) e seu objetivo é deixar Atafona, pequena cidade de pescadores, que não oferece maiores perspectivas de vida. Antônio trabalha em um posto de gasolina, enquanto Terezinha passa os seus dias vendendo caranguejos aos poucos turistas que aparecem. É quando chega Clarisse (Norma Bengell), mulher rica da cidade grande. Ao conhecer Antônio, pouco a pouco Clarisse vai se interessando por aquele homem pobre e rude. O romance que começa a surgir entre os dois não abala Terezinha, que o vê como a grande chance de abandonar a vila”.  

“Borda do Mundo” traz um enredo diferente, mas também tem como pano de fundo a questão do avanço do mar em Atafona. “É sim uma referência, inspiração e uma homenagem. Apesar de não ter ligação em termos cinematográficos, com o filme, mas é uma espécie de homenagem e resgate da memória, do lugar, que acho que o filme fala principalmente sobre isso”, diz a produtora Clarissa Guarrilha.

Diretora e roteirista de “Borda do Mundo”, Jô Serfaty destaca, na “motivação” explicada no folder da obra, que “o filme busca refletir sobre quem são os indivíduos realmente afetados diante de um colapso ambiental iminente. Além disso, lança luz sobre o direito à memória, a possibilidade de recontar histórias apagadas e reconstruir uma conexão com o passado, com o objetivo de construir um futuro em colaboração com o meio ambiente e por meio de alianças solidárias entre as pessoas”.

Editado às 18h30 — Para alteração dos nomes das personagens, conforme informação da produtora

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