Transição de Wladimir para Frederico vai além da licença do prefeito

Frederico Paes (MDB) é o prefeito em exercício de Campos, já que Wladimir Garotinho (PP) se licenciou por uma semana (aqui), na última quarta-feira (20). Aliás, não é a primeira vez que isso acontece: em março deste ano e em janeiro de 2024 o prefeito também saiu para curtos períodos de férias. Mas, para além das atribuições inerentes ao cargo de vice, inclusive a de substituir o titular durante ausências, a segunda gestão Wladimir já começou com cara de transição para Frederico e aparente prazo de 15 meses.
Em abril deste ano, por exemplo, o prefeito criou uma comissão de revisão dos contratos de caráter continuado firmados pelo município e designou Frederico para a presidência. A medida, no início deste segundo mandato da dupla, foi vista como uma forma de dar mais destaque ao vice nas questões administrativas.
E não para por aí. Quem convive nos bastidores da Prefeitura não esconde que até já existe uma certa divisão do pessoal “que é de Wladimir” e do “que é de Frederico”, inclusive em alguns cargos estratégicos. Na Saúde, onde o vice-prefeito foi mais atuante desde o início do primeiro mandato, isso estaria ainda mais claro.
A não ser um ponto muito fora da curva, Wladimir vai renunciar no fim de março ou início de abril de 2026 para a disputa eleitoral, cumprindo o prazo de desincompatibilização. Na política estadual, em ano pré-eleitoral, quem almeja voos mais altos se coloca no tabuleiro como pré-candidato a governador, mesmo quando não há chance de ser eleito.
Quem se lança a vice, tudo indica que será candidato a deputado federal. Função que Wladimir exerceu antes de ser prefeito da cidade e, pelo visto, pretende voltar ao concluir a transição do mandato para Frederico.